quinta-feira, 15 de novembro de 2012


CRUZADA (Beto Guedes)
Não sei andar sozinho
Por essas ruas
Sei do perigo que nos rodeia
Pelos caminhos
Não há sinal de sol
Mas tudo me acalma no seu olhar
Não quero ter mais sangue
Morto nas veias
Quero o abrigo do teu abraço
Que me incendeia
Não há sinal de cais
Mas tudo me acalma no seu olhar
Você parece comigo
Nenhum senhor te acompanha
Você também se dá um beijo dá abrigo
Flor nas janelas da casa
Olho no seu inimigo
Você também se dá um beijo dá abrigo
Se dá um riso dá um tiro
Não quero ter mais sangue
Morto nas veias
Quero o abrigo do teu abraço
Que me incendeia
Não há sinal de cais
Mas tudo me acalma no seu olhar

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Parabéns, Paulinho da Viola!!!

Como bem meu amado Pethrus me lembrou, hoje é o aniversário do príncipe do Samba: Paulinho da Viola! 70 aninhos!!!! A sua postura, validação à Velha Guarda (e hoje ele já faz parte dela), as suas composições, exemplos de maestria, são responsáveis pela validação que dou a este verdadeiro artista.

Parabéns, Paulinho da Viola!!! Continue assim, 'legal, aceitando o argumento, vendo sua nega, navegando como o velho marinheiro, no reverso inevitável da paixão, pois meu coração tem mania de amor, amor, não é fácil de achar!


Site oficial de Paulinho da Viola: http://www.paulinhodaviola.com.br/portugues/

domingo, 11 de novembro de 2012

JORGE AMADO E UNIVERSAL no MAM

    Fonte da Foto: http://g1.globo.com/bahia

EXPOSIÇÃO NO MAM ATÉ 18 DE NOVEMBRO!!!!!

Pessoal, quem ainda não teve a oportunidade de ir, programe-se!!! A exposição sobre Jorge Amado, instalada no MAM, ficará à disposição do público até 18 de novembro!!! 
Vale a pena ir!!! Precisamos valorizar estes momentos tão importantes! E, não esqueçamos: não adiante reclamar que Salvador/Bahia nunca tem nada se também não fazemos nada para prestigiar o que nos é oferecido.

Em breve, algumas fotos!
Flores
Luisa

quinta-feira, 8 de novembro de 2012


Os alunos do 9ºano, do Colégio Marista Patamares, estão a todo fervor. Animado, ansiosos para o 'gran- finale'. Cada vez mais eles percebem que além de qualquer avaliação dita forma, os projetos interdisciplinares, quando têm suas etapas processuais garantidas, são veículos de aprendizagem que são lembrados por toda vida.

E eu? Estou aqui, ansiosa para a apresentação, mas já orgulhosa da dedicação e postura de nossos alunos! Como é gratificante ver o diálogo da arte com o olhar e posicionamento crítico.

Chico Buarque, assim como tantos outros compositores, estão muito bem representados.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012


AMOR E SEU TEMPO
(Carlos Drummond de Andrade)
Amor é privilégio de maduros
Estendidos na mais estreita cama,
Que se torna a mais larga e mais relvosa,
Roçando, em cada poro, o céu do corpo.
É isto, amor: o ganho não previsto,
O prêmio subterrâneo e coruscante,
Leitura de relâmpago cifrado,
Que, decifrado, nada mais existe
Valendo a pena e o preço do terrestre,
Salvo o minuto de ouro no relógio
Minúsculo, vibrando no crepúsculo.                                       
Amor é o que se aprende no limite,
Depois de se arquivar toda a ciência
Herdada, ouvida. amor começa tarde.

(Foto: Pethrus Bethônico) Memorial Carlos Drummond de Andrade, Itabira/ Julho 2012.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Será que desaprendemos a viver?

Recebi-através de um e-mail de Pethrus- esta carta que Caymmi enviou para Jorge Amado. Ao ler, fiquei pensando e tentando decifrar 'o porquê de estarmos desaprendendo a viver de forma leve'.

"Em algum momento perdemos a capacidade de ver poesia nas coisas, nas pessoas, na vida...ou isso é só para pessoas, especiais ... poetas, escritores, sonhadores?
Ao ser perguntado porque levou 9 anos para compor Marina ... da rede mesmo respondeu:
 - Pra que pressa?" ( Pethrus)

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CARTA DE CAYMMI PARA JORGE AMADO 

Jorge meu irmão, são onze e trinta da manhã e terminei de compor uma linda canção para Yemanjá pois o reflexo do sol desenha seu manto em nosso mar, aqui na Pedra da Sereia. Quantas canções compus para Janaína, nem eu mesmo sei, é minha mãe, dela nasci. Talvez Stela saiba, ela sabe tudo, que mulher, duas iguais não existem, que foi que eu fiz de bom para merecê-la? Ela te manda um beijo, outro para Zélia e eu morro de saudade de vocês. Quando vierem, me tragam um pano africano para eu fazer uma túnica e ficar irresistível.
Ontem saí com Carybé, fomos buscar Camafeu na Rampa do Mercado, andamos por aí trocando pernas, sentindo os cheiros, tantos, um perfume de vida ao sol, vendo as cores, só de azuis contamos mais de quinze e havia um ocre na parede de uma casa, nem te digo. Então ao voltar, pintei um quadro, tão bonito, irmão, de causar inveja a Graciano. De inveja, Carybé quase morreu e Jenner, imagine!, se fartou de elogiar, te juro. Um quadro simples: uma baiana, o tabuleiro com abarás e acarajés e gente em volta. Se eu tivesse tempo, ia ser pintor, ganhava uma fortuna. O que me falta é tempo para pintar, compor vou compondo devagar e sempre, tu sabes como é, música com pressa é aquela droga que tem às pampas sobrando por aí. O tempo que tenho mal chega para viver: visitar Dona Menininha, saudar Xangô, conversar com Mirabeau, me aconselhar com Celestino sobre como investir o dinheiro que não tenho e nunca terei, graças a Deus, ouvir Carybé mentir, andar nas ruas, olhar o mar, não fazer nada e tantas outras obrigações que me ocupam o dia inteiro. Cadê tempo pra pintar?
Quero te dizer uma coisa que já te disse uma vez, há mais de vinte anos quando te deu de viver na Europa e nunca mais voltavas: a Bahia está viva, ainda lá, cada dia mais bonita, o firmamento azul, esse mar tão verde e o povaréu. Por falar nisso, Stela de Oxóssi é a nova iyalorixá do Axé e, na festa da consagração, ikedes e iaôs, todos na roça perguntavam onde anda Obá Arolu que não veio ver sua irmã subir ao trono de rainha? Pois ontem, às quatro da tarde, um pouco mais ou menos, saí com Carybé e Camafeu a te procurar e não te encontrando, indagamos: que faz ele que não está aqui se aqui é seu lugar? A lua de Londres, já dizia um poeta lusitano que li numa antologia de meu tempo de menino, é merencória. A daqui é aquela lua. Por que foi ele para a Inglaterra? Não é inglês, nem nada, que faz em Londres? Um bom filho-da-puta é o que ele é, nosso irmãozinho.
Sabes que vendi a casa da Pedra da Sereia? Pois vendi. Fizeram um edifício medonho bem em cima dela e anunciaram nos jornais: venha ser vizinho de Dorival Caymmi. Então fiquei reta do e vendi a casa, comprei um apartamento na Pituba, vou ser vizinho de James e de João Ubaldo, daquelas duas línguas viperinas, veja que irresponsabilidade a minha.
Mas hoje, antes de me mudar, fiz essa canção para Yemanjá que fala em peixe e em vento, em saveiro e no mestre do saveiro, no mar da Bahia.
Nunca soube falar de outras coisas. Dessas e de mulher. Dora, Marina, Adalgisa, Anália, Rosa morena, como vais morena Rosa, quantas outras e todas, como sabes, são a minha Stela com quem um dia me casei te tendo de padrinho. A bênção, meu padrinho, Oxóssi te proteja nessas inglaterras, um beijo para Zélia, não esqueçam de trazer meu pano africano, volte logo, tua casa é aqui e eu sou teu irmão Caymmi.


 
A carta está numa exposição em homenagem ao centenário do escritor, no Museu da Língua Portuguesa.  




quinta-feira, 28 de junho de 2012

Minas com Bahia dá nisso!

SHOW DE JOYCE E JOÃO DONATO!

Ontem fomos ao show de Joyce e João Donato no Sesc Palladium, em BH, Minas. Cheguei ansiosa e sai encantada! Local muito bonito, recepção de primeira, e o show? Ai ai... Joyce é uma lady da Bossa e João Donato? Um encanto.  A banda é de embalar os sonhos de qualquer um.  Em especial, por ter Tutty Moreno na batera, Jorge Helder (contrabaixo).



Fonte da foto: http://outras-bossas.blogspot.com/2012/06/aquarius-finalmente-no-brasil.html

domingo, 27 de maio de 2012

Cruzada


Em tempos de mudanças, nada melhor do que ouvir Cruzada, de Tavinho Moura e Márcio Borges.
Interpretação: Renato Braz e Boca Livre

Boa semana para todos!

sábado, 12 de maio de 2012

Descomplicar é o caminho!

Recebi este texto de Joelma,  parceira das boas do trabalho. Quando o li, me senti um tanto quanto incomodada. Não por ser um texto ruim, pelo contrário, mas por perceber que a leveza que sempre acreditei ser essencial em nossas vidas em muitos momentos se torna tão imperceptível.

Mulheres, homens com alma feminina se deliciem com esta indicação de Jô.
E, para aquelas que são mães, 'feliz dia das mães'.

VOCABULÁRIO FEMININO

Se eu tivesse que escolher uma palavra  - apenas uma - para ser item obrigatório no  vocabulário da mulher de hoje,  essa palavra seria um verbo de quatro sílabas:  descomplicar.

Depois de infinitas (e imensas) conquistas,  acho que está passando da hora de aprendermos

a viver com mais leveza:  exigir menos dos outros e de nós próprias,  cobrar menos, reclamar menos, carregar menos culpa,  olhar menos para o espelho.

Descomplicar talvez seja o atalho mais seguro para chegarmos à tão falada qualidade de vida que queremos - e merecemos - ter.

Mas há outras palavras que não podem faltar no kit existencial  da mulher moderna.

Amizade, por exemplo.  Acostumadas a concentrar nossos  sentimentos (e nossa energia...) nas relações amorosas,  acabamos deixando as amigas em segundo plano.

E nada, mas nada mesmo, faz tão bem para uma mulher  quanto a convivência com as amigas.

Ir ao cinema com elas  (que gostam dos mesmos filmes que a gente),  sair sem ter hora para voltar,  compartilhar uma caipivodca (Baianas,leiam ‘caipirosca’) de morango  e repetir as histórias que já nos contamos mil vezes  - isso, sim, faz bem para a pele.

Para a alma, então, nem se fala.  Ao menos uma vez por mês, deixe o marido ou o namorado em casa, prometa-se que não vai ligar para ele nem uma vez  (desligue o celular, se for preciso)

e desfrute os prazeres que só uma  boa amizade consegue proporcionar.

E, já que falamos em desligar o celular, incorpore ao seu vocabulário duas palavras que têm estado ausentes do cotidiano feminino:  pausa e silêncio.

Aprenda a parar, nem que seja por cinco minutos,  três vezes por semana, duas vezes por mês, ou uma vez por dia - não importa -  e a ficar em silêncio.

Essas pausas silenciosas nos permitem refletir, contar até 100 antes de uma decisão importante, entender melhor os próprios sentimentos, reencontrar a serenidade e o equilíbrio quando é preciso.

Também abra espaço, no vocabulário e no cotidiano, para o verbo rir.  Não há creme anti-idade nem botox que salve a expressão  de uma mulher mal-humorada.

Azedume e amargura são palavras que devem ser banidas do nosso dia a dia. Se for preciso, pegue uma comédia na locadora, preste atenção na conversa de duas crianças, marque um encontro com aquela amiga engraçada - faça qualquer coisa, mas ria.

O riso nos salva de nós mesmas, cura nossas angústias e nos reconcilia com a vida.  Quanto à palavra dieta, cuidado:  mulheres que falam em regime o tempo todo costumam ser péssimas companhias.



Deixe para discutir carboidratos e afins no banheiro feminino ou no consultório do endocrinologista.  Nas mesas de restaurantes, nem pensar.

Se for para ficar contando calorias, descrevendo a própria culpa e olhando para a sobremesa do companheiro de mesa com reprovação e inveja, melhor ficar em casa e desfrutar sua salada de alface e seu chá verde sozinha.

Uma sugestão?

Tente trocar a obsessão pela dieta por outra palavra que, essa sim, deveria guiar nossos atos 24 horas por dia: gentileza.

Ter classe não é usar roupas de grife: é ser delicada.

Saber se comportar é infinitamente mais importante do que saber se vestir.

Resgate aquele velho exercício que anda esquecido:  aprenda a se colocar no lugar do outro,  e trate-o como você gostaria de ser tratada, seja no trânsito, na fila do banco, na empresa onde trabalha, em casa, no supermercado, na academia.

E, para encerrar, não deixe de conjugar dois verbos que deveriam ser indissociáveis da vida:

sonhar e recomeçar.

Sonhe com aquela viagem ao exterior, aquele fim de semana na praia, o curso que você ainda vai fazer, a promoção que vai conquistar um dia, aquele homem que um dia (quem sabe?) ainda vai ser seu, sonhe que está beijando o Richard Gere... sonhar é quase fazer acontecer. Sonhe até que aconteça.

E recomece, sempre que for preciso: seja na carreira, na vida amorosa, nos relacionamentos familiares. A vida nos dá um espaço de manobra: use-o para reinventar a si mesma.

E, por último (agora, sim, encerrando), risque do seu Aurélio a palavra perfeição. O dicionário das mulheres interessantes inclui fragilidades, inseguranças, limites.

Pare de brigar com você mesma para ser a mãe perfeita, a dona de casa impecável, a profissional que sabe tudo, a esposa nota mil.

Acima de tudo, elimine de sua vida o desgaste que é tentar ter coxas sem celulite, rosto sem rugas, cabelos que não arrepiam, bumbum que encara qualquer biquíni. Mulheres reais são mulheres imperfeitas. E mulheres que se aceitam como imperfeitas são mulheres livres.

Viver não é (e nunca foi) fácil, mas, quando se elimina o excesso de peso da bagagem (e a busca da perfeição pesa toneladas), a tão sonhada felicidade fica muito mais possível.

Leila Ferreira

sexta-feira, 27 de abril de 2012

O INESPERADO DA VIDA


Os desafios me impulsionam a voar
Tiro meus pés do chão e me entrego
Aos segundos inesperados da vida.
Novas sensações, um bom caminhar,
um novo amanhecer, a boa música,
acompanhada de uma taça de vinho.
Um tinto no vinho da mesa,
a mesa vime no tino da sala,
a ala doce no fino começo
e antes do recomeço,
os desafios que me impulsionam a voar,
no tinto azul do céu,
no instinto, no sim, no não,
no chão, no vão sutil do começo,
bem como eu reconheço
o meu recomeço.
                                                                                                                 Foto: Pethrus Bethônico
Esta poesia foi feita por mim e Pethrus Bethônico, em 1/11/2009

segunda-feira, 9 de abril de 2012

'SER PROFESSOR' por Jô Soares


O material escolar mais barato que existe na praça é o professor!
É jovem, não tem experiência.
É velho, está superado.
Não tem automóvel, é um pobre coitado.
Tem automóvel, chora de "barriga cheia".
Fala em voz alta, vive gritando.
Fala em tom normal, ninguém escuta.
Não falta ao colégio, é um "Adesivo".
Precisa faltar, é um "turista".
Conversa com os outros professores, está "malhando" nos alunos.
Não conversa, é um desligado.
Dá muita matéria, não tem dó do aluno.
Dá pouca matéria, não prepara os alunos.
Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Não brinca com a turma, é um chato.
Chama a atenção, é um grosso.
Não chama a atenção, não se sabe impor.
A prova é longa, não dá tempo.
A prova é curta, tira as hipóteses do aluno.
Escreve muito, não explica.
Explica muito, o caderno não tem nada.
Fala correctamente, ninguém entende.
Fala a "língua" do aluno, não tem vocabulário.
Exige, é rude.
Elogia, é debochado.
O aluno é retido, é perseguição.
O aluno é aprovado, deitou "água benta".

É! O professor está sempre errado, mas, se conseguiu ler até aqui, agradeça a ele.

Depois de ler este texto, fiquei refletindo tanto... ah, momentos de questionamentos..